segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Cnidários

Alguns cnidários, como a actínia, ou anêmona do mar, os corais e a hidra, têm o corpo cilíndrico, com uma abertura, que corresponde à boca, na parte superior. São geralmente fixos ou então se movimentam pouco. Cnidários com essa forma corporal são chamados pólipos.
                        
Outros, como a água-viva, são móveis e têm o corpo em forma de sino, com a abertura correspondente à boca localizada na parte inferior. Cnidários como esses são chamados medusas.
Ao redor da boca, ambas as formas, pólipos e medusas, possuem tentáculos, que o animal utiliza na captura do alimento.
Alguns cnidários, como as anêmonas-do-mar, por sua imobilidade e seus tentáculos coloridos, lembram plantas. Outros, como a água-viva, parecem feitos de gelatina, 95% do peso de seu corpo é água (no homem a água equivale a 70%), o que explica o nome água-viva.
Mas não se engane: apesar de parecerem à primeira vista um único indivíduo, são uma reunião de diversos indivíduos, cada um com  uma função, formando uma colônia.

Como os cnidários se alimentam

O corpo dos cnidários é recoberto por um tecido denominado epiderme. Nele existem células especializadas chamadas cnidócitos ou cnidoblastos, que estão mais concentradas nos tentáculos.
Dentro dos cnidócitos há uma cápsula, o nematocisto. Ele contém uma espécie de fio enrolado com uma ponta que funciona como um arpão.
         
Quando o cnidócito é tocado, a cápsula imediatamente se abre, o fio se desenrola, sua ponta penetra na pele da presa e injeta nela uma toxina.
A toxina é capaz de paralisar e matar pequenos animais, como peixes, crustáceos e vermes, que servem de alimento aos cnidários. Esses animais também ingerem organismos do plâncton que entram em seu corpo com a água.
O alimento ingerido pela boca vai para a cavidade do corpo, onde a maior parte é digerida e absorvida. Os restos não-digeridos são eliminados pela própria boca, pois os cnidários não têm ânus.
A presença de uma cavidade digestória nos cnidários explica a origem do outro nome desse filo: celenterados (é um termo de origem grega: koilos significa ‘oco’, e enheron, ‘intestino’).
O corpo desses animais tem uma espessura muito reduzida. Por isso o oxigênio dissolvido na água atravessa a epiderme e chega logo a todos as células. O gás carbônico e as substâncias tóxicas ou inúteis (chamadas excretas) também saem do corpo do animal pela epiderme.
O movimento do corpo dos cnidários ou de seus tentáculos ocorre de forma coordenada. Essa coordenação é feita por células nervosas, os neurônios, que formam uma rede nervosa por todo o corpo do animal.

Reprodução

Nos cnidários encontramos as duas formas de reprodução: sexuada e assexuada.
A reprodução assexuada ocorre geralmente por brotamento, como também acontece nas esponjas.
Se o broto permanecer ligado ao animal original, forma-se uma colônia (vários indivíduos da mesma espécie unidos entre si). É o que acontece com os corais e com a caravela.
                               
Na reprodução sexuada, há produção de gametas, fecundação e formação de uma larva móvel. O desenvolvimento é, portanto, indireto.
                                                                            
Em muitos cnidários há uma alternância entre as duas formas de reprodução. Em uma geração, os indivíduos são pólipos (forma fixas) que se reproduzem assexuadamente e originam medusas; as medusas (formas móveis), que representam a nova geração, reproduzem-se sexuadamente e originam pólipos. Dizemos que nesses animais ocorre uma alternância de gerações.
        
Os recifes de corais

O acúmulo de esqueleto de corais e do calcário de certas algas deu origem aos recifes e atóis de corais existentes nas regiões tropicais.
Atóis são recifes de formato circular, situados longe da costa, que foram ilhas com uma laguna pouco profunda no centro.
Algumas dessas formações têm mais de 2,5 milhões de anos de idade. A grande barreira do coral, localizada no nordeste da Austrália, tem cerca de 2 mil quilômetros de comprimento e uma área de 207 mil quilômetros quadrados.
No Brasil, os maiores recifes de corais estão no arquipélago de Abrolhos, a 80 quilômetros da costa sul da Bahia, transformado em parque nacional marinho em 1984. Além dos corais, participam também dos recifes as algas calcárias, de coloração avermelhada. O atol das Rocas, situado a 266 quilômetros de Natal (Rio Grande do Norte), é formado principalmente por algas calcárias.
Além de proteger o litoral contra a erosão provocada pelas ondas, os recifes corais abrigam uma imensa variedade de organismo. Quanto à diversidade de espécies, os recifes poderiam ser comparados às florestas tropicais. Calcula-se que eles sirvam de habitação para um quarto das espécies marinhas existentes no planeta.
Os recifes de corais se formam geralmente em águas claras, rasas e com temperatura entre 20ºC e 30ºC. Isso acontece porque boa parte do alimento dos corais é produzida por algas microscópicas (dinoflagelados) que vivem dentro do corpo do coral.
As algas fornecem alimento aos corais, e estes fornecem sais minerais às algas. Os corais retiram essas substâncias dos animais que capturam com seus tentáculos. A interdependência entre o coral e a alga explica por que os recifes são encontrados em profundidades que a luz, necessária a fotossíntese pode alcançar.
Nos recifes vivem também camarões e outros invertebrados que se alimentam de algas e detritos orgânicos. Esses invertebrados servem de alimento aos peixes pequenos das redondezas. Estes, por sua vez, são comidos pelos peixes maiores.

Ameaça aos recifes de corais

Em vários pontos do mundo, os corais estão ficando brancos. Isso significa que eles estão perdendo suas algas. Sem as algas, a sobrevivência do coral fica ameaçada.
Uma das causas desse branqueamento pode ser o aumento da temperatura (a alga morre quanto a temperatura aumenta) provocado pelo aquecimento global do planeta ou por fenômenos climáticos, como o El Niño. O El Niño é um aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico que influencia o clima de todo o planeta.
A destruição dos corais pelo ser humano e a poluição das regiões costeiras também ameaçam os recifes de corais.
                         
                                       

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